Unidade 731 (4/4) Da dissolução da Unidade e do pós-guerra

Com a invasão soviética de Manchuoko e Mengjiang no início de agosto de 1945, a unidade foi forçada a fugir apressadamente para o Japão, abandonando os trabalhos. Os integrantes da unidade teriam recebido ordens do próprio Shiro Ishii a “levar o segredo para a tumba”, sendo fornecidas cápsulas contendo cianeto de potássio a fim de permitir aos que fossem capturados uma morte sem tortura. Também seguindo ordens, os últimos integrantes remanescentes na base fizeram uma tentativa de dinamitar a estrutura inteira, para encobrir as evidências. No entanto, as estruturas foram tão bem construídas que a maior parte das instalações suportou as explosões com pouco ou nenhum dano estrutural. Um dos edifícios que abrigava a unidade funciona hoje como museu em homenagem aos que sofreram e perderam suas vidas por ordens de Ishii (BYRD, 2005).

Após a rendição japonesa em 15 de agosto de 1945, o general Shiro Ishii foi capturado pelo exército estadunidense e levado para interrogatório. Embora silencioso e misterioso nos primeiros momentos, o crescente interesse soviético em Ishii levou o próprio a aceitar um acordo proposto pelo general americano e então comandante supremo das forças aliadas Douglas MacArthur: seria oferecida imunidade a Ishii e aos outros membros da Unidade 731 detidos pelos americanos, em troca dos dados relativos aos experimentos realizados. Existem divergências acerca do destino de Ishii após a guerra: sua filha afirma que ele permaneceu no Japão até morrer em 1967, vítima de um câncer de garganta; ao passo que o historiador Richard Drayton afirma que ele teria se mudado para o estado americano de Maryland, onde teria continuado sua pesquisa em armas biológicas até sua morte – um acordo similar ao oferecido a cientistas nazistas. De acordo com chineses, o exército americano teria usado na guerra das Coréias bomba biológica muito semelhante à mostrada em desenhos de Shiro Ishii. Os únicos membros da Unidade 731 a serem julgados e condenados pelos americanos teriam sido os responsáveis pela vivissecção de soldados estadunidenses. Os soviéticos, ao contrário, puniram severamente os 12 membros da Unidade que foram por eles capturados (BYRD, 2005) (CHANG, 1999) (NIE, 2004).


Nas décadas que sucederam a guerra, os diversos governos japoneses sucessivamente negaram o cometimento de tais crimes e continuaram afirmando que a Unidade 731 era destinada à descoberta de técnicas de purificação de água. Foi somente nos anos 1980 e 1990 que o Japão reconheceu esses crimes de guerra, embora não tenha até hoje se desculpado oficialmente à China, Rússia ou qualquer outro país. Também os Estados Unidos e o Reino Unido ainda negam a imunidade oferecida a “cientistas” do Eixo que tenham realizado experimentação humana durante a guerra (NIE, 2002) (NIE, 2004) (BYRD, 2005).

2 comentários:

  1. acabou a série e NENHUMA referência a descobertas sobre o congelamento q eu queria saber...

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  2. pra saberem mais assistam o filme CAMPO 731 BACTERIA - A MALDADE HUMANA.

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